quinta-feira, 24 de março de 2011

quando bate o cansaço.


Sabe quando você tenta tudo, tudo, tudo, tudo, mas tudo MESMO?
E você não tem mais forças.. e quem está a sua volta te vê caído
se comove, tenta te reerguer, mas vêem que você só quer permanecer
caído, jogado alí no chão, de qualquer jeito, sem se importar...
E se inquietam, e tentam fazer o que você nao consegue mais
Pois são seus amigos e não aceitam te ver no poço...
E fazem, e ao fazerem, te empurram ainda mais nesse poço
te empurram até o fim. Sem perceberem, sem quererem.
Não têm culpa, tentaram ajudar.
Só que nem sempre há o que ser remediado
e eu já tinha aceitado isso.. mas eles não, 
porque olhavam em meus olhos e não enxergavam mais aquele brilho
e eles queriam o meu olhar de volta... 
Mas entendam uma coisa.. quando a felicidade escorre entre os dedos
Leva consigo o brilho do olhar, a vontade de sorrir, a alma feliz.. 
E agora as nuvens estão mais escuras e densas que antes..
Porque na sua cabeça não restam dúvidas...
E de tão triste a situação, dá vontade de rir, rir de nervoso.

Eu acredito no tempo, na força do tempo.
A vida segue, a vida tem que seguir, é o fluxo  natural das coisas.
Só tenho certeza de uma coisa,
numa manhã qualquer você acordará e saberá
que você me olhou com olhos de águia..
Por que águia? 
Por que a águia quando está caçando só enxerga o que tá na frente dela.
Um dia seus horizontes se expanderão, seu olhar ficará mais apurado
e constatará que havia muito mais do que o seu campo de visão limitado
poderia te mostrar... mas que bastava você confiar em quem estava
ao seu lado, te guiando.
Porque você tem que deixar de ser águia e querer voar sozinha
e passar a ser andorinha e voar em bandos...
Porque se todos voam rumo ao sul, é porquê é pra lá que é o destino certo
E você tem que deixar de ser águia e ser ouvir as andorinhas, se tornar uma delas
para nao perder o caminho e acabar ficando sozinha 
quando a estação do inverno chegar e todos tiverem ido rumo ao sol.


Obrigada à todos os meus amigos andorinhas, continuem voando na mesma direção.

O Que Há        
   O que há em mim é sobretudo cansaço —  
    Não disto nem daquilo,  
    Nem sequer de tudo ou de nada:  
    Cansaço assim mesmo, ele mesmo,  
    Cansaço.

 
    A sutileza das sensações inúteis,  
    As paixões violentas por coisa nenhuma,  
    Os amores intensos por o suposto em alguém,   
    Essas coisas todas —  
    Essas e o que falta nelas eternamente —;  
    Tudo isso faz um cansaço,  
    Este cansaço,  
    Cansaço. 

    Há sem dúvida quem ame o infinito,  
    Há sem dúvida quem deseje o impossível,  
    Há sem dúvida quem não queira nada —  
    Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:  
    Porque eu amo infinitamente o finito,  
    Porque eu desejo impossivelmente o possível,  
    Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,   
    Ou até se não puder ser… 

    E o resultado?  
    Para eles a vida vivida ou sonhada,   
    Para eles o sonho sonhado ou vivido,  
    Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto…   
    Para mim só um grande, um profundo,  
    E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,   
    Um supremíssimo cansaço,   
    Íssimno, íssimo, íssimo,  
    Cansaço…


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