Sabe quando você tenta tudo, tudo, tudo, tudo, mas tudo MESMO?
E você não tem mais forças.. e quem está a sua volta te vê caído
se comove, tenta te reerguer, mas vêem que você só quer permanecer
caído, jogado alí no chão, de qualquer jeito, sem se importar...
E se inquietam, e tentam fazer o que você nao consegue mais
Pois são seus amigos e não aceitam te ver no poço...
E fazem, e ao fazerem, te empurram ainda mais nesse poço
te empurram até o fim. Sem perceberem, sem quererem.
Não têm culpa, tentaram ajudar.
Só que nem sempre há o que ser remediado
e eu já tinha aceitado isso.. mas eles não,
porque olhavam em meus olhos e não enxergavam mais aquele brilho
e eles queriam o meu olhar de volta...
Mas entendam uma coisa.. quando a felicidade escorre entre os dedos
Leva consigo o brilho do olhar, a vontade de sorrir, a alma feliz..
E agora as nuvens estão mais escuras e densas que antes..
Porque na sua cabeça não restam dúvidas...
E de tão triste a situação, dá vontade de rir, rir de nervoso.
Eu acredito no tempo, na força do tempo.
A vida segue, a vida tem que seguir, é o fluxo natural das coisas.
Só tenho certeza de uma coisa,
numa manhã qualquer você acordará e saberá
que você me olhou com olhos de águia..
Por que águia?
Por que a águia quando está caçando só enxerga o que tá na frente dela.
Um dia seus horizontes se expanderão, seu olhar ficará mais apurado
e constatará que havia muito mais do que o seu campo de visão limitado
poderia te mostrar... mas que bastava você confiar em quem estava
ao seu lado, te guiando.
Porque você tem que deixar de ser águia e querer voar sozinha
e passar a ser andorinha e voar em bandos...
Porque se todos voam rumo ao sul, é porquê é pra lá que é o destino certo
E você tem que deixar de ser águia e ser ouvir as andorinhas, se tornar uma delas
para nao perder o caminho e acabar ficando sozinha
quando a estação do inverno chegar e todos tiverem ido rumo ao sol.
Obrigada à todos os meus amigos andorinhas, continuem voando na mesma direção.
O Que Há
O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.
A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser…
E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto…
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço…
Nenhum comentário:
Postar um comentário